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Este militante anti-cinzentista adverte que o blogue poderá conter textos ou imagens socialmente chocantes, pelo que a sua execução incomodará algumas mentalidades mais conservadoras ou sensíveis, não pretendendo pactuar com o padronizado, correndo o risco de se tornar de difícil assimilação e aceitação para alguns leitores! Se isso ocorrer, então estará a alcançar os objectivos pretendidos, agitando consciências acomodadas, automatizadas, padronizadas, politicamente correctas, adormecidas... ou espartilhadas por fórmulas e preconceitos. Embora parte dos seus artigos se possam "condimentar" com alguma "gíria", não confundirá "liberdade de expressão" com libertinagem de expressão, considerando que "a nossa liberdade termina onde começa a liberdade dos outros"(K.Marx). Apresentará o conteúdo dos seus posts de modo satírico, irónico, sarcástico, dinâmico, algo corrosivo, ou profundo e reflexivo, pausado, daí o insistente uso de reticências, para que no termo das suas incursões, os ciberleitores olhem o mundo de uma maneira um pouco diferente... e tendam a "deixá-lo um bocadinho melhor do que o encontraram" (B.Powell). Na coluna à esquerda, o ciberleitor encontrará uma lista de interessantes sítios a consultar, abrangendo distintas correntes político-partidárias ou sociais, que não significará a conotação ou a "rotulagem" do Cidadão abt com alguma dessas correntes... mas tão só a abertura e o consequente o enriquecimento resultantes da análise aos diferentes ideais e correntes de opinião, porquanto os mesmos abordam temas pertinentes, actuais, válidos e úteis, dando especial primazia aos "nossos" blogues autóctones... Uma acutilância aqui, uma ironia ali, uma dica do além... Assim se vai construindo este blogue... Ligue o som e... Boas leituras.

domingo, 8 de dezembro de 2013

SETE RÉUS

SETE RÉUS

  Os que tentam descobrir os mistérios da criação concluíram recentemente que a exposição prolongada aos artifícios das novas tecnologias de informação e comunicação desenvolve a frontal e as laterais da massa encefálica, atrofiando as centralinas analógicas localizadas algures entre o tálamo e o hipotálamo, fomentando distúrbios psicomotores no ser humano... 
Dentro de tal âmbito, a passividade dos progenitores vai facultando uma sucessão de "internetos" cujas principais características incidem nos polegares desenvolvidos sem presa relativamente aos indicadores, uso excessivo de "kapas" e omissões alfabéticas na escrita, repulsa a raciocínios lógico-matemáticos bem como distúrbios cinestésicos, caminhado a passos largos para uma geração de nativos digitais que, ressalvando o futebol e alguns desportos menos solicitados e circunscritos a determinados grupos etários, deixam de saber o que é andar de bicicleta, jogar ao berlinde ou à cabra cega, salltar ao eixo, trepar a uma árvore, recrear às escondidas, enfim, brincar em espaços intrínsecos à natureza onde teriam oportunidade de fortalecer livremente as faculdades psicomotoras e desenvolver defesas orgânicas contra as agressões ambientais!
Talvez sejam esses motivos que impelem o Cidadão a contar-vos mais alguns dos seus segredos, ou talvez não...
Fundamentado em tal teoria, este munícipe resolveu afastar-se do software e ausentando-se da santa terrinha, beneficiou duma visão bastante globalizada dos acontecimentos que nela se iam desenrolando, pelo que durante quatro semanas, os órgãos de comunicação social se encarregaram de lhe ir enviando a catadupa de novidades para a estratosfera!
Atendendo a esta paisagem, concluiremos sem margem para dúvidas que Platão teria razão na narrativa do famoso diálogo entre Glauco e Sócrates, sobre a Alegoria da Caverna!
A certa altura foi confuso determinar qual Abrantes era noticiada em cada instante, se a do continente Americano ou a do Europeu, pelo que as dúvidas se dissiparam a partir do momento em que a bela da ministra Assunção Cristas se deslocou às Mouriscas e aí sim, através dos sinais de GPS emitidos pelas viaturas da comitiva tornou-se possível identificar a Abrantes em questão, não fosse a donzela ir parar a um aviário de poedeiras na vez de inaugurar o lagar sem mós da Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes!!
Também a acompanhou um barbas qualquer coisa do Crato que de momento não vem à ideia...
O veredicto do julgamento da camorra abrantina e a captura dum suspeito no negócio de fármacos monopolizaram a atenção dos populares, suplantado a digressão agro-educacional da ministerial parelha Cristas-Crato conforme se foi detectando através da concentração de pontinhos que lá bem ao fundo luziam sobre a zona da Abrantes tubuca, onde a 5 de Dezembro do corrente ano o EUMETSAT registou maior actividade junto à cabeceira do Largo 1º de Maio...
Depois do aturado trabalho das forças policiais que interpelaram uns quantos aspirantes a guardas-nocturnos, desde o transacto Fevereiro que esses zelosos foram convidados a reunir-se umas vinte vezes com o Senhor Doutor Juiz no sentido de decidirem quanto à legalidade das suas profissões, assunto que no entendimento cá do Cidadão, teria sido mal instruído, na medida em que o processo colectivo deveria ter sido remetido  ao Tribunal de Trabalho... 

Palavra puxa palavra e vai daí, as conclusões resultaram mais que evidentes na medida em que não se encontrando estes sete senhores colectados nas Finanças, não tendo registado a marca na Conservatória do Registo Comercial, não descontando para a Segurança Social, não efectuando o Pagamento Especial por Conta, não declarando IRC ou IRS nem possuindo escrita organizada, consistiria uma enorme injustiça acusá-los de funcionarem como organização não-governamental, sociedade comercial, cooperativa, entidade desportiva, ou outro género de associação benemérita sem fins lucrativos, nem muito menos se lhes reconheceu actividade profissional remunerada ou estável onde fosse possível colher impostos e fundamentasse a fuga ao fisco ou dívidas às finanças públicas por o negócio não dar e só sendo esses factos dados como provados se justificaria que os sete réus fossem severamente punidos por crime de lesa pátria.
Para além destes preceitos, os comerciantes e outros caluniadores da sociedade abrantina deveriam ver os seus estabelecimentos comerciais encerrados bem como grande parte da população que tem recusado dialogar interculturamente merecia ir de cana para assim perceber de uma vez por todas o que custa viver à margem da sociedade ostracizante para com estes injustiçados que se limitavam a viver da esmolinha materializada em géneros alimentícios e uns euritos à mistura pelos serviços prestados, uma vez que os subsídios de reinserção se revelam insuficientes para enfrentar as despesas com bens de primeira necessidade! 
Para poupar na tribuna, o Senhor Doutor Juiz teve a gentileza de abreviar a leitura do acórdão com trezentas páginas onde realmente apenas cem se aproveitaram!
Os constrangimentos sofridos e os incómodos causados aos senhores guardas prisionais por pessoas que se viram acusadas de factos infundados e as despesas que o Estado Português vem suportando com logística, meios humanos, assistentes judiciais, juristas e outros delegados de justiça, sem referirmos o desperdício com o sustento dos arguidos perante este longo processo instruído numa nação mergulhada em profunda crise económica e contendo determinadas matérias sem nexo que foram verificadas  no decorrer das acções judiciais cujo veredicto culminou em apenas três detenções, seriam dignos duma vista d'olhos da troika.
Ingrato porém é o facto destes sete senhores terem sido equiparados a uma “camorra” pela sociedade abrantina que como já aqui foi referido por outras letrinhas, se vai revelando discriminatória e algo hostil para com esta minoria desfavorecida, pelo que lhes será devido o merecido acompanhamento psicológico!!
Em primeiro, porque "camorra" é expressão atribuída a uma organização italiana bem extruturada e pelo que saibamos, isto ainda é território português e em segundo lugar, porque as organizações dessa índole são tuteladas por um padrinho, contrariando o módus operandi deste povo que não se governa nem se deixa governar nem estes senhores detêm os monopólios sobre importação ilegal de carnes ou produção de cimentos, com o reforço jurídico de neste jardim à beira mar plantado as cartelizações se cingirem ao fornecimento de energias petrolíferas, à electricidade, ao controlo das telecomunicações e aos bancos privados e pelo que se vai sabendo, pese serem de grandes famílias e geridas por indivíduos com magnâmicos ordenados pagos pelas nossas finanças publicas, nem a estas organizações foi atribuído o epíteto napolitano quanto mais a um pequeno grupo de beneméritos sociais, daí que o Senhor Doutor Juiz fosse benevolente nas penas atribuídas aos desgraçados injustamente acusados de umas quantas malfeitorias, desagravadas pelo pressuposto de não terem mandado o nosso Presidente da República trabalhar, somente ficando provada a posse duma fuscazinha que se justificaria em ambientes hostis, não fosse o Diabo tecê-las, e confirmadas escassas agressões de menor relevo, depois de alguns baristas e merceeiros da urbe tubuca terem subestimado as voluntariosas almas que pretenderiam parametrizar a segurança de todos abrantinos no intuito de sanarem o sentimento generalizado de vulnerabilidade social que vai grassando na urbe.
Convenhamos que desde a Batalha de Aljubarrota, jamais queremos castelhanos invadindo o território luso e devido ao perigo que estes representam para a soberania nacional, nada melhor que lhes pregarmos uns  amassos à laia da padeira lá do sítio e que se tomem medidas no sentido de impor respeito aos fomentadores de desordens, porquanto, cientes de que a noite será má conselheira, dela quererão fazer dia!
Sugere-se pois que os sete réus, entre os quais se inclui um inimputável, recorram da sentença para o Supremo ou para o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos no sentido de lavarem o estigma que sobre eles desabou ao serem apelidados de “camorra abrantina” e aliviarem as penas que sobre si assentaram, sobejamente pesadas para os factos provados, ao passo que algumas testemunhas do processo se redimiram quando lhes meteram a mão na consciência, atentando que este género de iniciativas serão louváveis para o garante de empregos e sedentarismo dos funcionários administrativos e judiciais numa época em que nos é incrementado o encerramento de tribunais por escassez de freguesia, no âmbito da Reforma da Organização Judiciária em curso!!!
Un'altra cosa che tormenta la nostra anima si riferisce all’anno e mezzo de reflectidos estudos culminados num mandato do mandato do Senhor Doutor Juiz para que os senhores agentes encarnassem na figura do carteiro e fossem tocar duas vezes à campainha das residências dum pacato cidadão, esquecendo porém que no romance de James Cain, Frank e a sua heroína Cora acabaram absolvidos do processo em que estiveram envolvidos!
Entendam-se as razões que levaram um magistrado a importunar o sossegado e pacato munícipe durante a hora da sexta, sendo que se acontecesse em Espanha, tal acção seria considerada um atentado ao metabolismo humano!!!
Está-se mesmo a ver que para a próxima será abordada a obra literária de Tennessee Williams sob a égide “Gata em Telhado e Zinco Quente”...
...para não citarmos “Um Violino no Telhado”, de Joseph Stein,  nem vindo a despropósito “O Leiteiro”, de  Shalon Aleichem... (do hebraico “a paz esteja convosco”)...
O que aqui causa espécie foram os aturados estudos e a movimentação logística que culminaram na distribuição de correspondência registada com aviso de recepção a um único munícipe que se viu na contingência de prescindir da sua viatura pessoal com alguma cilindrada, do seu material informático, das suas memórias encartoladas, dos seus gadjet’s e de toda uma panóplia de mercadoria que lhe garantia a subsistência nesta selva urbana!
Segundo consta, o notificado viveria da comercialização de produtos químicos desd´antanho utilizados por Sigmund Freud nas sessões psicanalíticas, que os administraria aos seus pacientes no sarar dos males da altitude, de complicações asmáticas, anestesias locais, restauros afrodisíacos, curas da sífilis, inibição de histerias, regulação de perturbações digestivas e até funcionando como psicótico, reparem bem!
Sendo que nem todos os munícipes comungam do distúrbio psíquico cá do Cidadão que lhe permite viajar, reflectir, estudar, ler, imaginar, criar, escrever, sorrir e fazer gargalhar terceiros com dispensa tais químicos, em tempos de crise serão esses fármacos de venda controlada, a alternativa viável e acessível para algumas gentes que dispensarão a chatice de verter horas a fio no Serviço Nacional de Saúde afim de ouvirem as secas dos médicos e obterem o indispensável receituário para a medicação de idênticos princípios activos, destinados a semelhantes fins...
No entanto parece que a banca de carácter ambulatório pecava por falta de director farmacêutico, de horário de trabalho, careceria de registo nas finanças e de técnico oficial de contas, ao que o Senhor Doutor Juiz ter-se-á redimido da precipitação, devolvendo a correspondência ao remetente na medida em que sendo a justiça dos homens infinitamente falível perante a justiça de Deus, ficaram por apurar quais as vias que levaram os carteiros a alcançarem tais fins sem que para isso tivessem distribuído correspondência por bastantes outos receptáculos da carteira de clientes cujo farmacêutico seria assistente e uma vez que poderia vencer a validade do grandioso stock, este foi recolhido pelas autoridades competentes para posterior análise sobre a pureza do produto e como vai fazendo um frio do catano pouco dado a que se ande na rua, recomendaram ao comerciante para que se resguardasse em casa e se apresentasse periodicamente junto às autoridades locais para que lhe sejam diagnosticados hipotéticos estados gripais por mor de anteriores exposições às intempéries!